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Clínicas, psicólogos e sessões com os orientadores do colégio resumia grande parte da minha infância. Um garoto de dez anos com um amigo imaginário e sequer um verdadeiro era preocupante para os meus pais e um tanto engraçado para a minha irmã mais velha. E o mais apreensivo fato era que eu o enxergava desde que tinha seis anos de idade. No começo, minha mãe achava fofo, mas com o passar dos anos, virou um problema. Era estranho e, arrisco dizer, um pouco doentio. Todos continuavam dizendo que meu melhor amigo não era real, não existia criança loira em Busan que a velha fofoqueira da rua não conhecesse, então, Jeon Jungkook de dez anos era doidinho da cachola e via um moleque que não existia pois não conseguia lidar com o fato de não ter amigos. E quando me contaram, eu me perguntei o que eu andei fazendo nos últimos quatro anos se ele não era real.

É. ChimChim não era real. Eu acreditei nisso quando tinha dez anos.

Mas... Agora eu tenho dezoito anos, e tenho certeza absoluta de que Park Jimin da classe A-B é idêntico ao ChimChim. Estaria eu ficando louco novamente?

Um corpo vivo e uma alma morta. Hoseok se sentia exatamente assim. Uma alma cansada e ferida. Em apenas um dia, seu mundo virou de cabeça para baixo. Em apenas um dia, ele desejou morrer pela primeira vez. Em apenas um dia, ele foi do céu ao inferno, e permaneceu lá.
Tudo piora ainda mais quando Kim TaeHyung, seu amigo do colegial, foge de casa e decide se hospedar justamente na casa de Hoseok. TaeHyung só não imaginava que Hoseok, seu melhor amigo que não via a dois anos, tinha mudado tanto em tão pouco tempo e, ao seu ver, sem nenhum motivo.
Agora, Hoseok tinha duas escolhas: continuar chamando pela morte dia após dia, ou deixar que TaeHyung cure sua alma. E por incrível que pareça, essa não será uma escolha fácil.