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— Tenha um bom descanso, Channie — Changbin desejou quando voltou ao emaranhado de lençóis amarrotados. Acolheu o australiano em seus braços, deixando um selar em cada pintinha que viu pelo rostinho alvo.

— Obrigado, Binnie. Vai estar comigo quando eu acordar? — questionou, em um tom calmo, preguiçoso. Changbin viu um sorriso tímido desenhar-se nos lábios fartos quando lhe perguntou.

— Claro que sim, amor — sussurrou para um quase inconsciente Chan.

Quando Bang Chan decidiu seguir carreira na área da Medicina Legal, como perito criminal, ele não levou a sério os inúmeros avisos de que a sua vida amorosa estaria fadada ao fracasso — afinal, quem gostaria de se relacionar com quem trabalha manuseando (de forma respeitosa, vale ressaltar; faz parte da profissão) quem já partiu dessa para uma melhor?

Agora, com trinta anos, carente e totalmente inesperiente quando o assunto envolve uma vida a dois, Chan nunca esteve tão pra baixo e desiludido sobre encontrar seu príncipe encantado para contrariar aquelas línguas de trapo agourentas — poxa, os contos de fadas lhe prometeram que haveria alguém! Mas tudo bem, não era nada que não pudesse ser revertido, pois Minho e Jeongin, seus melhores amigos, o ajudarão a encontrar alguém que o ajude a recuperar a sua autoestima e ter uma inesquecível primeira vez sem medo de ser quem é. Quem a dupla selecionou para a tarefa nem um pouco árdua? Seo Changbin!

Sentado em um dos degraus da varanda, Lee Minho não conseguia desviar os olhos da tela de seu celular antigo, concentrado na leitura das últimas mensagens que havia recebido de Jeongin, há exatos sete anos. A última era particularmente mais dolorosa de ser lida.

"Estou ansioso para ver os girassóis".

Há um mundo em que as pessoas se importavam muito caso você seja rico, pobre, negro, branco, gay, pansexual ou se não veio da Terra. Todos querem que sejamos iguais. Se tem um chifre no meio da testa, precisa tirá-lo; se seu estilo é "fora do comum", você precisa mudá-lo; se você não segue a religião que todos seguem, é Lúcifer em pessoa. No nosso mundo, pessoas que não se encaixam no que todos querem são simplesmente consideradas aberrações ou um ser estranho. Porém ninguém é igual, somos todos diferentes, e sempre será assim.