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“Querida, não ouse me perdoar, caras como eu não merecem o perdão.”

Ele, Jackson Wang, nunca havia visto sentido no amor,
Nas promessas de eternidade, e companheirismo,
A paixão para ele, desaparecia em uma noite, e assim estaria bom,
Até encontrar uma flor selvagem.

Entre rosas magníficas, e de seus espinhos cruéis,
Ela, era simples e gentil como uma flor selvagem,
Desnuda de seus espinhos, de qualquer maldade, ou impureza,
Era bela, de fato, mas a seu modo, única e especial.

“E mulheres como você, não merecem chorar, flores selvagens, são para poucos de fato.”

Até onde alcança o tempo? E até onde dura os seus caprichos? Amor mesmo, de verdade, cruel e nú, é resultado do passar dele, ou meramente perece entre seus dedos?, perguntou uma, perguntou a outra, num dado momento da vida, em algum momento, e aí está o laço que as conectaria, num destino irremediável. Embora seja grande a miríade de perguntas, soltas ao vento frio da cidade, do céu aberto dos campos, nenhuma pergunta no mundo trás ou responde ao que o coração aguarda.
Pois aconteceu num ano já esquecido, numa época já corroída pelos riscos do envelhecimento, assim como roça a agulha contra o vinil, estas memórias revividas são somente resultado de um queimar arredio, meras memórias do amor prometido entre sorrisos, de Kim Minjeong — menina fugitiva da grande cidade, filha dos ricos mas dada às ruas — para Yoo Jimin, que era mesmo menina simples, embora bonita, “bobinha”, e era assim que a chamava, muito apaixonada, sua única e verdadeira Minjeong, pouco antes, das promessas desaparecerem e sobrar só o barulho de fundo do tentar lembrar...
“— Então, fique comigo, por todo canto, ao fim dos tempos.”
… mas escapam as memórias, tão fácil quanto escapa as areias do tempo pelo buraco de uma ampulheta, irrefreável.

"Quando eu bati em sua porta, no meio da noite, com um sorriso de lágrimas, você sentiu medo da profundidade de meu amor?"

Em seu banheiro, para o reflexo de seu rosto acabado, pelo pranto desesperado, o peito partindo-se com a respiração acelerada, e as gotas que soavam como um gentil piano, seu soneto derradeiro, para um final trágico.

O fim do mundo chegou no dia 29 de outubro de 2001, em meio a trovoadas e raios, ventania e açoitadas de chuva, mas mesmo com o céu caindo logo acima de suas cabeças, a preocupação de Choi Beomgyu e Celeste Choi é outra. Justamente essa que se encontra lá no andar de baixo, depois de uma queda de três andares, desfalecido e espragatado: É Gilbertino!

— Foi acidente?
Do lado de cá olhava o mais velho em expectativa.
— Nope, nada que conste aqui… — ele vira a página, depois mais outra; todas em branco. Então ergue o olhar. — Quando cheguei já estavam deixando aqui.
— Quem?
— O IML.
Escapa um suspiro.
— Então só pode ser acidente. Não sei — coçou o canto da nuca. — O que diz aí, cara? Leia.
— Letra de médico legista é mais difícil de ler que de médico, daí tu tira — Semicerrou os olhos, inclinando a cabeça e foi formando as palavras. — Encontrada na... mata. Degolação?

Na noite passada Naomi Kim soltou fogos de artifícios no teto da Tecno'Art. Mas isso não importa, as consequências dos seus atos são nada mais que um subterfúgio antes do findar da tarde.

Yoo Jimin acredita no número sete, porque foi num ano terminado em sete que tudo aconteceu na sua vidinha chuvosa (mas literalmente, o tudo e a chuva, pingando e deslizando pelos fios, escondendo o olhar febril que se lança ao seu Tudo), por isso, agarra-se a ele para explicar as coisas que não podem ser explicadas de outra forma com palavras, só um monte de ideias avulsas (que talvez, pode ainda até esperar que quando juntas possam formar alguma coisa entendível).
Kim Minjeong, por outro lado, acredita, através do selar de lábios amargos e seu olhar selvagem de bicho'coisa enigmático, que antes do indescritível acontecer há um conjunto de pequenas ideias que precedem seu nascimento...
Assim, a vontade de encontrar um lar, em algum canto, nasceu de alguma forma com uma ideia muito simples que todo ser humano deve decidir seu destino final e lá chamará de lar; é sobre isso, esta história, dela para ela, terminada no número sete.

É isso mesmo. Exatamente isso. Como está escrito ou como foi ouvido pelos becos do campus. Choi Beomgyu odeia o prato quentinho que lembra casa e o conforto dos dias que passou com a mãe, no lar e etc. Mas calma, a história não é sobre seu ódio sem pé nem cabeça sobre o pobre do prato de canja de galinha que não fez nada para ser odiado desse jeito... talvez, até, seja sobre o que se esconde mais fundo no seu peito de rapaz gripado.

"Era menina simples, não conhecia o mundo lá fora, e com os rodopios dos pés e da vida crescida, ápice dos dezesseis, era também menina boba; mas cheia de detalhes que ninguém notava — ou nunca se preocupavam em notar."

do que sinto por você
do que quero vencê
meio que sem sabê


[nao sei o que to fazendo / veio do nada / nao lê / ta tudo errado]