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Eu nunca imaginei que fosse acabar me sentindo atraído por um cara, ainda mais por Jeon Jeongguk, o garoto que tinha entrado no grupo de dança amador no qual eu fazia parte para ser o meu par nas coreografias em dupla. O porém é que eu não conseguia evitar gostar do modo que ele segurava minha cintura e fingia que iria beijar minha boca em frente de dezenas de pessoas nas ruas badaladas de Hongdae mesmo que eu dissesse ser hétero. No entanto, eu me convencia que aquilo era apenas o efeito de um cara bonito ao som de HyunA me seduzindo, o que me proibia de me segurar. O problema era que, no final, eu estava viajando demais na maionese.

Park Jimin não saberia dizer se sempre foi apaixonado por Jeon Jeongguk, pois nem ele mesmo sabia, mas queria acreditar que o amou desde que o viu pela primeira vez. Dentro do seu peito carregado de tanta insegurança que o limitava a dizer a verdade para Jeon, o rapaz vivia com seu amor secreto, sendo machucado todas as vezes em que o via com Kim Taehyung, e o que mais magoava Jimin era saber que Jeon sofria pelo amor do outro enquanto ele só queria se sentir seguro para o amar.

Jimin e Jeongguk possuíam um relacionamento estável e feliz, nutriam sonhos juntos os quais gostavam de recordar e reafirmar sempre em um mesmo horário, que se tornara especial para ambos. Entretanto, o relacionamento e objetivos que construíram juntos, são destruídos quando Jimin toma uma decisão errada que interfere no destino do casal, sendo assombrado por suas lembranças sempre ao se aproximar daquela mesma hora marcada nos ponteiros do relógio: 11:11.

No entanto, Jimin não sabia que tudo poderia mudar naquele mesmo horário.

E lá estava Jimin, mais uma vez no portão enfeitado por flores e de cor amarela, de Jungkook. Mas dessa vez ele estava sóbrio, sabia sobre o ato que estava prestes a fazer. Com um violão em mãos e limpando a garganta, após jogar uma pequena pedrinha na janela, por que sabia que Jeon gostava de coisas clichês e ele iria ser o homem mais meloso e clichê do mundo, só para ver seu garoto sorrir que nem bobo.

Jeon Jungkook estava cansado de ter que lidar com o ex-namorado que não saía de sua cola. Então durante um encontro com seu novo contatinho, Jeon explica para Taehyung, de uma vez por todas, quem é Jimin; o cara gatinho que ele conheceu no Tinder.

Um dia alguém disse que se a vida lhe der limões, faça uma limonada. Já Jimin fez música, música boa.
Eu, Jeon Jungkook, estava indo para a casa do meu ex-namorado para a promoção do seu novo CD, “Sorry Not Sorry”. Para ser bem sincero, eu me surpreendi quando descobri que ele lançaria mais um disco, pois seis meses é pouco tempo para se produzir algo de qualidade, e quando ainda estávamos juntos, ele pensava em fazer uma pequena pausa. Entretanto, lá estava eu, no carro, com o sol se pondo atrás de mim e com minha nova namorada russa.
Agora eu iria descobrir porque dizem que são de amores rompidos que surgem as melhores poesias.

O poeta caminhava pelas ruas vazias e frias com seus papéis vazios, suas palavras iam sem significados, vazias também. O poeta estava em um dia vazio e doloroso quando encontrou se debulhando em lágrimas, o pintor sem cor. Enquanto o poeta ia vazio, o pintor arrastava suas telas pela cidade se perguntando quando poderia pintar novamente, quando poderia ser feliz. O destino juntou o coração vazio do poeta com o coração sem cor do pintor, unindo suas almas que estavam separadas a tanto tempo. Pois só o pintor poderia preencher o vazio do poeta enquanto só o poeta poderia dar cor ao mundo do pintor.

"Outro dia ensolarado
Veio e se foi
De Paris a Roma
Mas eu quero ir pra casa

Mesmo rodeado por um milhão de pessoas
Eu ainda me sinto sozinho
Eu quero ir pra casa
Eu sinto sua falta, você sabe"