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História Cupido! - Interativa - Capítulo três.


Escrita por: zeropunch

Notas do Autor


Ai gente não me matem por favor *chora*
Eu tenho uma explicação! Eu tava sem computador e não eu não curto escrever pelo celular acho muito zuado enfim, trouxe aqui um capitulo bem gostosinho pra vocês.
Não revisei então peço desculpas caso tenha algum erro de digitação ou ortografia, ah! Obrigada pelos comentários e favoritos, eu realmente amo ler os comentários e são eles que me motivam a continuar escrevendo.
Novamente peço desculpas pela demora, não vou prometer mas farei o possivel pra não demorar desse jeito de novo.
amo vocês

Capítulo 4 - Capítulo três.


O sol naquela tarde castigava quem ousava caminhar sob sua luz, as pessoas andam apressadas pelas calçadas carregando sombrinhas de todas as formas e jeitos, havia se passado das duas e meia da tarde e aquele atendente não parecia estar tão animado como sempre ficava ao ter que ir para sua tão preciosa loja de quadrinhos.
Seus olhos lindos olhos escuros estavam focados nos vidros das enormes janela a sua frente, seus fios loiros caem por sua testa branquinha e seus lábios formam um pequeno beicinho semelhantes a de uma criança emburrada quando não recebe um presente desejado.
 

O problema em questão é que Jihoon havia se acostumado demais com as visitas corriqueiras que recebia em dias como aquele, estava sim entediado de tanto esperar aqueles olhos tão negros como os seus cruzarem aquelas portas, aquele corpo alto e bem esculpido de alguém que obviamente não teve as mesmas infelicidades que si, seu peito doía de uma forma positiva, sentia as tão famosas borboletas no estomago. Quando o viu cruzar aquelas portas pela primeira vez não achou que fosse se encantar tanto por alguém que esconde a própria personalidade, pra falar a verdade não entende muito bem o motivo que leva Hanse a esconder a si mesmo atrás de uma versão “bad boy” pois no final das contas continua sendo um rapaz doce que gosta de ajudar as pessoas, independente de quem seja.
 

Desistiu de tanto esperar. Afastou-se do balcão e passou a recolher alguns HQs que estavam para serem organizados nas prateleiras decoradas em um tom roxo escuro, podo-os por nome com muita paciência Jihoon acaba se concentrando no próprio trabalho, seus olhos focados em desembrulhar o plástico que envolve todos aqueles livros após um tempo passam a serem observados por uma pessoa que entrou sem ser notada.
 

Hanse adentrou a loja como de costume, mas acabou parando para observar o amigo focado em puxar o plástico com uma certa violência, parecia irritado, algo completamente incomum de se ver.


Aproximou-se lento do rapaz e tocou-lhe o ombro delicadamente.

 

- Raposa? – A voz melodiosa soou pelos ouvidos de Jihoon como um tiro.

 

O baixinho ergueu os ombros e arregalou os olhos, com o susto por ter sido pego desprevenido acabou soltando os HQs no chão para poder cobrir a boca com as duas mãos numa tentativa de tentar não gritar.
Hanse ao ver o susto que o menor levou acabou soltando uma gargalhada divertida se abaixando para pegar tudo que este havia derrubado por sua causa, juntou todos os livros e colocou com muito cuidado sob o balcão novamente, encarando as orbes escuras que lhe olham como se estivesse vendo um fantasma.
 

- Desculpe pelo susto. – Se desculpou coçando a nuca um pouco constrangido mesmo depois de ter rido. – Estou tão feio assim? Parece que está vendo uma assombração.

 

- Feio? Você não é feio! – Jihoon foi rápido ao responder, rápido demais. – Quero dizer, eu apenas não esperava sua visita, só isso.

 

Jihoon chamou a si mesmo de mentiroso após fazer aquela afirmação.
 

O rapaz de fios negros levantou a mão esquerda que segura uma sacola com a marca de uma conveniência não muito distante dali, Hanse olhou para os lados certificando-se de que estavam sozinhos e o menor teve a impressão de que este fosse lhe contar um segredo quando na verdade ele apenas abriu a sacola e retirou de lá um pacote com quatro bolinhos conhecidos como Gyoza e uma garrafa pequena de suco de manga.
 

O loirinho podia não admitir, mas o rapaz lhe conhecia muito bem, muito mais do que poderia imaginar, era observado nos mínimos detalhes quando estavam juntos, Hanse notava como este se recompunha sempre que sua voz falhava, ou como insistia em comer pouco, quase nada, além de seus inúmeros olhares tristes típicos de uma pessoa com problemas pessoais. É claro que o mais alto nunca fez perguntas muito invasivas mesmo que tenha curiosidade para conhecer o garoto apelidado como “raposa” melhor.

 

- Achei interessante encontrar eles em uma conveniência aqui perto, como você ainda não comeu... – Hanse se perdia na própria explicação enquanto se da ao trabalho de pegar um copo do bebedouro da própria loja e por um pouco de suco para acompanhar o lanche.

- Desculpe a pergunta, mas... – Jihoon se aproximou timidamente, fechando os olhos para sentir o cheiro agradável do suco.  – Como você sabe que eu não almocei?

A pergunta pegou o mais alto desprevenido, para falar a verdade Hanse havia sido abordado por uma garota baixinha com os fios castanhos presos em um rabo de cavalo quando estava prestes a sair da escola, a menina parecia estar lhe procurando a muito tempo julgando pelo desespero em sua voz.
 

- Bom uma garota correu até mim para pedir que lhe trouxesse almoço, ela parecia estar muito preocupada. – Explicou sem detalhar muito. – Você tem bons amigos, sabia disso né?

 

Jihoon sentiu as bochechas arderem pela primeira vez, de todas as suas amigas a única que vinha em sua cabeça naquele momento era Sarang, não que as outras não se importassem, o fato em questão é que essa menina em especial tinha muitos sentimentos guardados dentro do peito e aquele ato era algo bem comum de acontecer quando se trata dela.
Balançou a cabeça negativamente encarando os bolinhos, pensativo demais para alguém que estava sem comer até aquele momento.

Seu momento de devaneio era observado pelo rapaz de fios negros com muita atenção. No fundo Hanse sabia que que o amigo tinha problemas em relação a alimentação pois o pouco que conversaram pode notar o incomodo do garoto perante a própria a aparência, de uma certa forma aquilo se ligava em sua mente por isso se dava ao trabalho de ir até a loja de quadrinhos quase todos os dias, não compreendia até que ponto estava disposto a ficar perto deste que bebe o suco com certo medo, mas, seu coração e sua mente gritavam para que ficasse ali, cada vez mais perto, talvez devesse ser mais sutil com suas investidas, mas cada vez que tentava menos Jihoon enxergava seus sentimentos, estava ficando sem saída.

 

14hrs 43mn, Chosun, quadra de tênis.

 

O som das bolinhas sendo rebatidas ecoam por toda a quadra, era a vez das meninas treinarem e o líder do clube observa o time feminino com muita atenção, o treinador havia faltado e sobrou para Jaehyun passar o treinamento, estava quase acabando mas ainda sim o rapaz os olhos estavam completamente focados em como as bolas eram rebatidas com precisão pelas meninas, talvez naquele ano o time feminino se saia bem melhor que o masculino, seria uma excelente vantagem para a escola ter destaque no time feminino também, por isso se empenhava tanto em ensinar a elas mesmo que uma garota em questão parecesse incomodada com sua presença ali, apesar de estar rebatendo todas as bolinhas sem dificuldade alguma.

Como líder do clube de tênis cabia a ele ajudar o treinador a escolher os titulares para os jogos, o time feminino era novo por isso as jogadoras titulares ainda não haviam sido escolhidas.
É claro que no futuro provavelmente irão precisar de uma líder feminina para atuar na linha de frente dos jogos e aquela em questão, a que sempre lhe olhava com o canto dos olhos era uma excelente jogadora, focada e atenta em cada uma das bolinhas, rápida e forte na hora rebater, parecia realmente gostar do que fazia por isso seu nome foi anotado na pequena agenda de Jaehyun, para uma possível reunião futura.

Enquanto o líder finaliza com as meninas Yongbok já havia recolhido suas coisas e estava subindo as escadas quando foi abordado por uma figura bastante conhecida para ele, um rapaz alto apesar da pouca idade, fios negros, maxilar bem formado e um olhar de quem queria lhe matar. Youngnam costumava ser bem legal consigo das vezes que ia até a casa dos Kang para estudar com Ahri, foram muitas vezes em que Felix almoçou junto com aquela família e não podia negar, a presença do irmão mais novo de sua ex- amiga fez um pequeno arrepio correr por sua espinha.
Era o primeiro ano dele no colégio, o primeiro dia e já havia sido rodeado com o nome da própria irmã envolvida em uma fofoca gigantesca, ouvir o nome de Ahri tantas vezes junto a risadinhas debochadas fazia o sangue do mais novo ferver, era visível em sua expressão, seus dedos formigaram assim que seus olhos focaram no rapaz cujo o rosto é coberto por sardas.

- Seu filho de uma puta! – As mãos de Nam seguraram firmes pouco abaixo do pescoço no uniforme azul do tenista, que puxa o ar entre os dentes segurando nos pulsos do mais novo para evitar ser agredido. – Você tem ideia do que fez, seu retardado do caralho?

- Youngnam, por favor me deixe explicar. – O Lee por mais que conhecesse o temperamento de Kang, tentava manter a calma mesmo que as mãos deste estejam apertando demais suas roupas, perigosamente próximas ao seu pescoço. – Eu vou conversar com ela depois.

 

A voz grave do mais velho fez Nam bufar de tanto ódio, sabia dos sentimentos que Ahri nutria pelo Lee, ela nunca foi muito boa em esconder este tipo de coisa e só um idiota não teria notado aquilo, é claro que o mais velho não era obrigado a sentir o mesmo, mas fazer dela uma chacota no primeiro dia era maldade demais. Negou a cabeça e sorriu de forma arrogante, segurando de forma bruta no maxilar do tenista apertando com tanta força que seus dedos ficaram marcados ali.

- Se chegar perto da minha irmã de novo eu te arrebento.

Yongbok foi empurrado contra a parede com força, suas costas bateram contra os tijolos aparentes ali, seu peito subia e descia acelerado devido a adrenalina daquele momento. É claro que o nadador iria partir pra cima do tenista após descobrir o que houve, sabia muito bem, ainda assim foi surpreendido com a força que o mais novo tinha ao apertar seu queixo que agora parecia formigar, ergueu a mão direita contra o local dolorido esfregando os dedos ali enquanto observa atentamente a figura jovem sumir pelo enorme campus do colégio.
Encheu o peito de ar e bufou logo em seguida, não era de seu feitio tratar as pessoas mal, muito menos julgar de forma precipitada, naquele momento em que surtou ao encarar as orbes de Ahri estava pensando apenas em si mesmo de uma forma completamente egoísta, em sua mente a única coisa que rodeava era como ia ser visto pelos outros alunos, treinadores e professores agora com os sentimentos dela em sua cola.

Não havia parado para pensar em como ela se sentia, na verdade, sempre se fez de bobo para não ter que notar os sentimentos dela mesmo que muitas vezes estivesse evidente.
Recolheu a mochila que havia caído no pé da escada e voltou a subir enfiando as mãos no bolso, com expressões atípicas ás suas comuns.

 

Do outro lado do colégio, Ahri estava terminando de recolher os livros de cálculo quando Hideki a abordou completamente animado após seu primeiro dia como membro do clube de matemática.
O japonês apoiou os cotovelos na mesa e repousou as mãos em seu queixo observando a moça de fios escuros guardar os livros nas estantes com muita calma e paciência, estavam sozinhos ali e para o primeiro dia o menino havia se saído muito bem, talvez tenha conquistado a simpatia de Laura.
 

- Ei Hari, você e a Laura são amigas? – O apelido saiu de forma fofa, as vezes o sotaque japonês ficava evidente sempre fazendo a mais velha sorrir.

- Hum... Mais ou menos, somos apenas colegas de clube, não tenho muita intimidade com ela. – Ahri havia se virado para encarar o amigo, seus fios negros quase azulados caem sob seus ombros lhe dando uma feição bem mais jovem do que realmente é.

- Ela não parece ser uma pessoa ruim.

- E não é. Sei algumas coisas pessoais sobre ela. – Encarou o amigo ponderando se deveria contar ou não, eram fatos muito pessoais sobre a vida de uma terceira pessoa, mas, como conhece Hideki a muito tempo acabou decidindo falar algumas coisas. – Ela perdeu a mãe pra uma doença horrível, sinto que eu deveria ter feito mais por ela, ficado mais próxima sabe?
 

- Poxa isso é muito triste, será que ela já se sente melhor? - Os olhos de Hideki brilham sob os fios loirinhos, parecia querer chorar.

- Não acho que ela já tenha superado.

Hari, como era chamada pelos amigos, havia colocado a mão na cintura pensando sobre o assunto, suspirando chateada ao se lembrar de como a colega de clube sofreu mesmo após muito tempo da morte de sua mãe.
Seus olhos correram pela sala do clube pousando em um pequeno caderno posto abaixo de uma luminária, caminhou sendo observada pelo amigo pegando-o com cuidado, virou para olhar dos lados e atrás procurando um nome.

- Olha Hoshi, acho que alguém esqueceu aqui. – Encarou o amigo sem saber o que fazer. – Parece que é um diário.

- Diário, isso é bem raro. – Hideki sorriu com a ideia de que alguém possuía um diário, aquilo era bem legal de seu ponto de vista. – Não tem nome?
 

Ahri negou com a cabeça ponderando se deveria abrir para descobrir de quem era.
 

- Não quero deixar aqui, e se alguém pegar e fazer a mesma coisa que fizeram comigo? – Seus olhos estavam focados na capa presa com uma tira colorida.  – Vou abrir.

Sem pensar duas vezes a menina tirou a fita colorida que mantinha o diário fechado e abriu na primeira página  a procura de um nome, acabou lendo algumas páginas a mais descobrindo então que o diário pertence a Laura Yuan. Hari soltou um pequeno gemido desanimado, por descobrir um pequeno segredo que provavelmente estava sendo guardado a sete chaves.
 

- Que cara é essa?

- O diário é da Laura. -  Revirou os olhos e guardou com cuidado dentro da própria bolsa, pretendia devolver no dia seguinte. – Vamos, já ficamos tempo demais nesse inferno.
 

Ahri não era de falar palavrões mas era compreensível aos olhos do japonês. O garoto recolheu sua mochila e segurou no braço direito da menina a acompanhando pelos corredores do colégio, contanto sobre algumas de suas histórias ao se descobrir homossexual, é claro que a garota já sabia sobre este fato mas gostava de saber sobre os detalhes de como o garoto se descobriu ao notar que estava apaixonado pelo seu melhor amigo, parecia ironia sobre como o destino pregou peças tanto em Hideki como na menina.
Contou a ela sobre como era ser apaixonado por um dos garotos mais bonitos de sua escola, sim ele estava falando exatamente deste jeito, arrancando sorrisos e gargalhadas de Kang.
 

- Hoshi, esse menino, Hyunjin, era seu amigo de infância certo? – Dekki apenas concordou com a cabeça. – Por que não tenta voltar a conversar com ele, normalmente?
 

Os olhos do menino se arregalaram como se tivesse acabado de ouvir uma besteira enorme.

- D-de jeito nenhum! – Chegou a gaguejar só de se imaginar falando com Hyunjin novamente.

- Ei não precisa ficar tão-

- Kang Ahri! – A fala da menina foi interrompida pela voz de uma das supervisoras do colégio, ela estava acompanhada de uma garota baixinha, rosto fino com duas covinhas nas bochechas e monocelhas.  – Preciso de um favor seu, esta é Guinevere, é aluna do primeiro ano, acabou de se mudar pra a Coreia e precisa de ajuda com matemática. Pensei em pedir á Laura mas acabei te encontrando primeiro.

As mãos da mulher repousaram sob os ombros da menina como uma mãe que estava tentando conseguir amizades para a filha.
Ahri colocou parte dos fios atrás da orelha olhando para a menina com um pequeno sorriso que foi retribuído de forma tímida.

- Pode lhe dar uma ajuda?

- É claro Senhora Danbi, será um prazer. Se estiver tudo bem, ela pode ir para a minha casa assim eu posso ajudar no que ela precisa.
 

A supervisora encarou a canadense esperando a resposta positiva que veio em forma de aceno com a cabeça.
 

- Perfeito, pode ficar a vontade para acompanhar a senhorita Kang. – A mulher praticamente empurrou Guinevere para mais perto do casal de amigos que se entreolharam tentando não rir.

Após a mulher sumir pelos corredores os dois acabaram por soltar boas gargalhadas.

 

- Senhorita Kang, meu deus desde quando essa mulher fala desse jeito? – Ahri estendeu a mão segurando na de Guinevere a puxando para mais perto. – Então, Guinevere, irei te ensinar tudo que sei sobre matemática o que não é muita coisa.
 

- Pode me chamar de Beck.

- Certo, Beck, vou levar você pra minha casa, ai você me conta quais são suas dificuldades.
 

Por um instante Beck encarou a mais velha com os olhos curiosos, como alguém pode confiar tanto nas pessoas ao ponto de levar um desconhecido para dentro de casa. Talvez no fundo Ahri seja alguém bastante carente ao apenas lhe falte malicia para ver como as pessoas podem se aproveitar de sua bondade.
 

- Parece que você tem uma amiga nova. – Hajun que vinha na direção oposta aos amigos parou bem na frente deles, era a segunda vez que encontrava Hideki naquele dia, mas seu foco desta vez não era o japonês. – Você sabia que ela é louca pelo Felix?

Hajun correu a mão pela bochecha de Ahri contornando sua pinta abaixo de sua boca enquanto a menina lhe encara com desdém, a morena foi rápida ao acertar um tapa na mão do tenista.
 

- Não encosta em mim. – Se olhar estava fixo no jogador, sua boca levemente para baixo demonstrando seu descontentamento ao ser tocada por ele.

- Bravinha...

- Hajun, o que está fazendo? – O tenista ia se aproximar mais uma vez, mas foi interrompido por um rapaz moreno, um pouco mais alto que ele.  – Quem é ela?
 

A pergunta arrancou um suspiro irritado da menina.

- Sai da minha frente, seu retardado. – Ahri empurrou Hajun que parecia ter perdido a compostura ao ser chamado pelo outro.

Kang caminhou por todo o colégio arrastando os dois amigos para fora, como um touro prestes a derrubar uma cerca, completamente desgovernada.
Com o tempo acabou se acalmando durante o caminho, havia se esquecido completamente de seu irmão mais novo, despediu-se de Hideki em uma estação de trem e seguiu andando junto a Beck até chegar em sua casa, abriu o portão dando passagem para a canadense entrar, retirou os sapatos na porta e deixou a mochila em cima da mesa de centro na sala.

- Está com fome Beck? Acho que a minha mãe deixou alguma coisa feita antes de ir pro posto. – Enquanto falava já estava na cozinha olhando para a nova amiga por cima do balcão, soltando um gritinho a ver que realmente haviam lanches na geladeira, pegou os pratos e uma garrafa de refrigerante colocando tudo em cima da mesa de centro, correu novamente para pegar dois copos. – Pode ficar a vontade para comer.
 

Guinevere observa a coreana atentamente, achando completamente divertida sua reação ao encontrar os lanches naturais na geladeira e como ela parecia adorar o gosto do refrigerante de soda. A canadense aos poucos perde a timidez, Ahri é o tipo de pessoa que te deixa confortável independente da situação então acabou aceitando o lanche pegando um para comer.
 

- Desculpa a pergunta, mas, o que quis dizer com ir para o posto?

- É que a minha mãe é policial. – Ahri continua bebendo o refrigerante enquanto procura pelo controle da televisão. – Então Beck, me conta um pouco sobre você.

- Bom eu sou canadense e vim morar na Coreia após receber um convite para entrar para o colégio, meus pais ainda vivem no Canadá portanto eu vivo aqui com meus avós. – Explicou enquanto alternava entre falar e comer.
 

- Você fala coreano muito bem para alguém que acabou de chegar aqui. Deve ser muito inteligente para ter sido convidada. – A afirmação fez a mais nova corar, tímida.

A porta da sala é aberta em um estrondo, Youngnam entra com uma carranca nada amigável fazendo Ahri arregalar os olhos, tinha deixado o irmão voltar sozinho da escola, havia se esquecido de manhã e a tarde também.

- Você se esquece que eu existo! – O rapaz apontou para a irmã completamente irritado. – Como pode ter me deixado sozinho no colégio Ahri?

- Youngnam, pare de gritar, temos visita. Essa é a Beck. – A menina apontou para Guinevere que encarava Nam seriamente, reparando pouco a pouco na figura a sua frente, parecia ser alguém muito agitado, mas inevitavelmente bonito.

- Oh, perdão, sou a parte bonita da família, prazer em te conhecer Beck. – Mostrou a língua para a irmã antes de pegar um dos lanches e subir para o quarto.

- Desculpe, meu irmão esta muito alterado hoje, deu pra notar né. – Apontou para a escada revirando os olhos e negando com a cabeça.

- Não tem problema. – Beck abaixou a cabeça por um instante antes de ser chamada mais uma vez.

- Então tá, vamos estudar!

 

15hr 30mn, Chosun, clube de literatura.

 

Era incrível como Sarang havia perdido completamente a noção do tempo assim que pôs os pés dentro do clube, foi chamada por três alunas diferentes que estavam tendo dificuldades para encontrar um livro de terror bom que não fosse do Stephen King, para um novato no clube é compreensível a dificuldade para sair da bolha formada pelos autores famosos mas como uma boa leitora sentiu-se na obrigação de apresentar as enormes estantes cujos os livros de terror somem de vista.
Apesar de Chosun ser conhecido pelo clube de matemática e tênis a escola requer de uma quantidade imensa de livros, com autores de muitas nacionalidades diferentes, era impressionante a variedade de gêneros presentes naquela biblioteca e para quem visse de fora era muito fácil esquecer da vida ali dentro, era como um paraíso para quem ama ler.
 

Após guardar os livros que havia começado a ler Sarang recolheu seus pertences e suspirou aliviada por finalmente estar indo para casa, sentia falta de seu pai, sua ligação familiar com ele era muito intima e toda vez que se afastava do homem sentia um aperto dentro do peito, uma necessidade imensa de correr para seus braços e contar-lhe como foi o seu dia e todas as suas conquistas. Era assim todos os dias.
A jovem saiu do clube animada com a ideia de estar indo embora, parando por um instante na porta do clube de teatro, ouvindo uma voz soar alta. Não pode se conter, deu um passo á frente enfiando um pouco do rosto para dentro da porta apenas por curiosidade, queria ver quem estava ensaiando aquela hora e seus olhos puderam ter a visão de um rapaz magro, usando roupas pretas fora do uniforme escolar, parecia estar preso dentro de um personagem, algo bonito de se ver aos olhos da garota que sorriu tímida por estar observando aquele garoto mais uma vez,  não podia evitar Dakho atrai toda a sua atenção, aquele sorriso bonito que este solta sempre que acerta uma linha de seu texto arranca suspiros apaixonados da menina.

Sarang permanece ali, com os olhos brilhando enquanto os fios de sua franja cobrem boa parte de sua testa, seus dedos apertam a porta de madeira e acaba mordendo o lábio inferior inevitavelmente tentando ouvir melhor o que ele dizia. Por um deslize acaba derrubando sua garrafa de água no chão, que rola para dentro do teatro chamando a atenção de Dakho, o garoto para tudo que esta fazendo para olhar de onde o barulho tinha vindo.

Por um instinto Sarang sai correndo ali, virando o corredor para evitar ser vista. Seu coração palpita acelerado, sentiu medo de ser pega o stalkeando daquela forma, o que ele iria pensar se a visse o observando feito uma idiota?

- Droga! – Fechou os olhos emburrada ao notar que havia perdido a garrafinha para sempre pois não teria coragem de ir lá buscar.

 

 

 



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