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História Devil Side - Capítulo 19


Escrita por: SuperDaLuthor

Capítulo 19 - Capítulo 19


 Pov Kara.

Não sei por quanto eu dormi, uma dor de cabeça fazia parte da cena e parecia que meu cérebro explodiria a qualquer momento. O quarto completamente escuro ajudou a não doer mais, apenas a luz da escrivaninha estava ligada com uma bandeja em cima, provavelmente Astra ou Lena deve ter trago.

A mesinha ao lado da minha cama tinha um copo de água que deve ter sido colocado a pouco tempo, porque ainda estava gelada, juntamente com um comprimido que eu imagino ser para dor de cabeça.

Escutei batidas fracas na porta e uma cabeleira morena se fazer presente, logo lhe dei um sorriso, ela não tinha ido embora.

- Acordou agora? - Assenti e ela caminhou, pegando a bandeja e trazendo-a até a cama. - Conseguiu descansar? - Colocou a bandeja sobre as minhas pernas e eu assenti novamente, respondendo a sua pergunta.

- Onde está Astra? - Perguntei e dei uma colherada na sopa que estava morna o suficiente para conseguir comer sem parecer estranho. - Eu queria falar com ela, será que poderia chamá-la?

Lena concordou e saiu do quarto, mas não sem antes deixar um beijo na minha testa, confesso que se ela continuar me tratando com tanto carinho e cuidado eu não terei para onde correr a não ser seus braços.

- Me chamou querida? - Tia Astra entrou no quarto sem bater, como era de costume. - Imagino que queira conversar sobre o ocorrido.

- Sim.- Bati minha mão ao meu lado e ela sentou no lugar indicado. - Pelo visto mamãe deve ter contado o que aconteceu com Clark.

- Contou, não quis me intrometer em nada, porque sei que não pertenço a esse lugar. - Suspirou e eu fiquei triste por ela, porque eu sabia que meu pai e meu irmão fazia ela se sentir dessa forma, mesmo eu não entendendo o porquê de Clark não gostar dela.

- Não fale assim, você sabe que eu te amo e você é minha tia. - Ela sorriu e acariciou a minha bochecha. - Mas não quero só falar sobre Clark, quero que você me diga qual foi o motivo de ter se afastado de mim? - Mesmo não intencional eu senti meus olhos lacrimejarem, era difícil encarar essas coisas que envolviam sentimentos. - Por que me abandonou? Por que foi embora e nunca mais voltou? Por que voltou agora? Só por causa do Clark? - A minha fala ia aumentando a cada pergunta, eu já tinha levantado e estava encarando Astra que permanecia muda. - Por que quebrou sua promessa? Sumiu durantes anos e aparece como se nada tivesse acontecido? E ainda mais pelo Clark?! ELE NEM GOSTA DE VOCÊ! - Gritei e senti meu coração acelerado, as lágrimas já tinham virado cachoeira e eu estava prestes a explodir em uma raiva que nem sabia que continha. - Você não pode agir como se nada tivesse acontecido.

Silêncio.

Apenas nossas respirações faziam algum som, mas eu conseguia ouvir meu coração também, batendo forte como se em algum momento ele fosse simplesmente sair da minha caixa torácica e cair no chão, ali mesmo no quarto.

Suas lágrimas caiam, mas ela não fazia nenhum barulho, não teve um choro copioso como eu esperava e muito menos um pedido de desculpas, eu olhei para o meu relógio de pulso e três minutos se passaram e nada dela abrir a boca para retrucar ou até mesmo me dar respostas. Talvez a imagem que tinha dela fora destorcida com o passar do tempo e eu não poderia exigir que ela fosse a mesma Astra de sempre.

Caminhei até a porta desistindo do diálogo que poderíamos ter, mas antes de sair do quarto a sua resposta fez eu virar para ela novamente.

- Eu sei que não. Eu sei que não tenho direito de chegar aqui e achar que nada mudou, mas eu tive os meus motivos para ir embora. - Suas mãos pareciam mais interessantes do que olhar nos olhos da sobrinha, bufei irritada e cruzei os braços.

- Poderia ao menos olhar para mim enquanto me dá mais desculpas.

- Não são desculpas Kara, você tem que entender que tem coisas que não podemos controlar e tem coisas que eu não posso simplesmente falar. - Suspirou e levantou na cama. - Eu queria estar perto de você, queria poder saber como você estava e até mesmo Clark, porque ao contrário dele eu amo vocês dois, amo com todo meu coração e protegeria com a minha vida. - Segurou meus rosto em suas mãos e beijou minha testa. - Você tem que entender que as vezes existem coisas que você não tem o poder de mudar e apenas tem que seguir o fluxo. Eu sinto muito por não ter te acompanhado esses anos, mas eu te prometo que mais nada vai me tirar do seu lado. - Me abraçou forte e me deixou sozinha com os pensamentos a milhão.

...

Lena passou a noite comigo, eu não conseguia dormir com pesadelos um atrás do outro, mas graças ao seu abraço e sua voz calma eu consegui adormecer quase de manhã.

Olhei para Lena e ela estava esparramada na cama, fios de cabelo tampavam seu rosto e eu sorri com isso, parecia uma criança dormindo. Suas mãos estavam debaixo do travesseiro e ela roncava baixinho, tirei os fios de cabelo do seu rosto e sua expressão serena fez do começo do meu dia algo melhor.

Na ponta dos pés caminhei até o banheiro para fazer minha higiene matinal. Escovei os dentes, tomei banho e me arrumei para ir ao hospital, eu não iria para a escola sem saber como Clark estava.

Sai do banheiro também na ponta dos pés apesar de achar que o barulho do chuveiro possa ter acordado ela. Dito e feito, ela estava sentada e coçando os olhos bocejando, se antes ela estava fofa, agora ela estava mil vezes mais. Seu rosto estava amassado de um lado com as marcas do travesseiro, seus olhinhos pequenininhos e sua cara inchada por ter acabado de acordar, senti meu coração dar uma vacilada assim como as minhas pernas.

- Bom dia Kara. - Sua voz rouca dominou o ambiente antes sem som. - Conseguiu dormir? - Esticou os braços para frente entrelaçando os dedos no ato, escutei os estalos e fiz uma provável careta pelo barulho.

- Sim, graças a você, obrigada. - Ela sorriu e estalou o pescoço fazendo uma careta. - Meu Deus da para parar. - Ela revirou os olhos e levantou da cama amarrando o cabelo num coque frouxo. - E bom dia.

Ela calçou os chinelos e foi pegar alguma coisa na sua mochila para logo entrar no banheiro como se ele fosse seu, revirei os olhos e peguei meu celular que estava carregando vendo as mensagens da minha mãe aparecer, ela queria saber como eu estava.

Sai do quarto dando de cara com Astra, ela acenou e eu ignorei descendo as escadas, por mais que eu a amasse sentia que ainda não estava preparada para retornar os laços, o medo de machucar era forte demais e ela era como uma mãe pra mim, então doía dez vezes mais.

- Kara? Como você está querida? - Lúcia se aproximou e beijou minha bochecha fazendo eu sorrir com o ato. - Sinto muito por Clark e Jeff.

- Eu também sinto Lu. - Sentei na mesa da cozinha e ela me serviu com um suco de morango. - Tem notícias do Jeff? - Ela negou com a cabeça e eu vi que seus olhos lacrimejaram.

Por mais que eu soubesse que não tinha culpa de nada do que aconteceu, meu coração insistia em vacilar toda vez que eu via reações desse tipo. Meu pai pode ter acabado com a vida do garoto e consequentemente do pai dele e eu espero do fundo do meu coração que ele pague por tudo que fez.

Resolvi caminhar um pouco pelo terreno, era tudo tão demais naquela casa, Zor-El sempre quis mostrar o poder que tinha e tudo isso só mostrava um pouco da sua personalidade. Um campo que imitava o de futebol americano, uma pista de corrida, uma area para tênis que ele amava jogar com seus amigos bilionários e a maioria era um saco, qualquer ser humano com um pouco de dignidade não conseguia manter uma conversa por mais de dez minutos, mas quem era eu para criticar tudo isso se eu vivia nesse luxo e vida vazia que essa riqueza me proporcionou.

Era mais do que óbvio que eu sempre fui mimada por eles, sempre ganhando tudo que quisesse para talvez suprir a falta que eles faziam na minha vida, mas agora, nesse momento, eu só conseguia agradecer por não estar sempre com meu pai, porque nem consigo imaginar o abalo psicológico que ele teria feito comigo e também não posso pegar todos os créditos, eu sei que Clark participou ativamente nisso.

Nesse momento eu teria que encarar as coisas com frieza e maturidade, não dava para ser sempre a garotinha indefesa que não teve o alor que necessitava dos pais, porque nessa situação toda o mais afeto com toda a certeza foi o meu irmão.

- Você fica linda quando está distraída. - Lena apareceu do meu lado segurando uma ficará que eu imaginava ser café.

- Andou me bisbilhotando Luthor? - Olhei para ela já arrumada, cabelos num rabo de cavalo alto e o uniforme da escola, acompanhada de um sorriso contido. - Você também é linda distraída, na verdade você é linda de todos os jeitos.

- Bateu a cabeça foi? - Neguei e ela sorriu, desssa vez um sorriso gigante. - Quando essa loucura passar, posso te levar para sair?

- Claro que sim. - Ela pegou minha mão entrelaçando nossos dedos e caminhamos lado a lado.

Passar esse tempo com ela deixavam as coisas mais suportáveis, eu sei que estou me apaixonando por ela por conta desses pequenos momentos que temos e eu não estou reclamando, mas meu coração parece travado ainda na Lois e nas coisas que ela fez, só que era basicamente impossível resistir a Lena, resistir ao seu sorriso e até mesmo ao seu beijo.

- Kara? - Paramos de caminhar e ela me olhou tão profundamente como se fosse despir a minha alma. - Eu acho que estou apaixonada por você.

Nesse momento meu mundo parou de girar e eu estava hipnotizada nessa fala dela, como assim? Eu sei que iria acontecer em algum momento, mas agora?

Eu queria sorrir e gritar pro mundo que eu também estava apaixonada por ela, mas minha garganta fechou e eu não consegui dizer nada, apenas puxei ela pela mão e beijei sua boca, não um beijo simplório e sim algo intenso, eu queria dizer através dele que eu também sentia o mesmo, eu aprofundei mais ainda enterrando minhas mãos em seu cabelo e provavelmente desmanchando seu rabo de cavalo perfeito.

Tudo encaixava naquele momento, nosso beijo, nossos corpos e nossa alma e eu temia que fosse apenas um amor adolescente. Eu queria Lena na minha vida, queria ela nos meus planos.

Ela parou o beijo com selinhos suaves e eu só conseguia sorrir largo por isso, ela tirou da minha órbita com apenas um beijo, não que os outros ela não fizesse, mas esse foi inexplicável.

- Eu também estou apaixonada por você Lena Luthor.

...

Depois do nosso momento bem gay ela deixou sozinha com os meus pensamentos dizendo que precisava ir para a escola e eu não disse nada apenas concordei, ela já havia perdido muitas aulas por minha causa.

- Kara? - Um carrinho de golf parou ao meu lado. - Seu irmão quer te ver. - Astra ainda estava com o semblante triste e eu sentia qual era o motivo. Vamos?

Subi no carrinho e deixei que ela guiasse até a garagem, o caminho foi feito em silêncio apenas o som do motor era presente, sua poostura rígida me dizia que ela também estava tensa demais e eu me culpei internamente por isso.

- Seria legal se não me tratasse como uma desconhecida. - Ela falou baixo e eu suspirei com a verdade estampada na minha cara.

- Só me de um tempo para assimilar tudo, você mais do que ninguém sabe que eu não gosto de me aproximar e nem manter contatos. Você era como uma mãe para mim e agora eu nem sei mais quem você é, então eu não posso de um dia para o outro simplesmente deixar você entrar de novo sem ter a cergeza de que vai ficar de verdade.

Ela nada falou apenas parou o carrinho e deixou ele largado no meio do caminho para em seguida entrar no meu Jeep, acho que agora consegui o espaço que precisava, porque ela não disse mais nada até o caminho ao hospital.

- Vim visitar Clark Zor- El. - A recepcionista afirmou com a cabeça e pediu meu documento.

- Qual grau de parentesco?

- Irmão. - Escutei ela bater os dedos no teclado suavemente e logo um adesivo com o meu nome e o número do quarto estavam em minhas mãos.

- Tenho que resolver algumas coisas, posso usar seu carro? - Astra perguntou e eu assenti confirmando. - Ótimo, se cuida e manda lembranças para o seu irmão.

Os nervos estavam a flor da pele a cada passo que eu dava em direção ao quarto, o nervosismo era palpável e em anos de convivência eu não sabia como me comportar ou até mesmo o que falar.

Parei em frente a porta do seu quarto e fiquei imóvel sem coragem de entrar, por um momento cogitei dar meia volta e ir para casa, mas a porta se abriu mostrando minha mãe com um semblante cansado e eu tenho quase certeza de que não é só pelo o ocorrido com ele.

- Oh, veio cedo. Bom dia meu amor. - Beijou meu rosto e me deu um abraço rápido. - Vou tomar café, o daqui não é forte o suficiente. Vocês dois se comportem.

Olhei para dentro e vi Clark erguer uma lousa escrito "Pode deixar mãe". Ela saiu e nos deixou sozinhos, pela primeira vez não quis dar um soco na sua cara.

"Não estou tão ruim assim, estou?"

- Não, só estava pensando que é a primeira vez que estou em um ambiente com você sem querer te dar um soco. - Ele tentou rir mas os ferros que mantinham seu maxilar no lugar fez um som desagradável. - Acho melhor não rir.

Ele apagou o que tinha escrito com um pequeno apagador e eu sentei na poltrona ao seu lado, certeza que ele mandpu mamãe comprar.

"Acho que precisamos conversar, mas não é o momento".

- Sim, você tem que melhorar primeiro. Eu tenho tantas perguntas pra te fazer.

"Eu sei que sim, é um porre não poder falar"

- Na verdade é ótimo não ouvir sua voz. - Ele revirou o olho bom, porque o oitro estava tapado. - Em uma escala de 0 á 10, o quanto você sofria essas agressões?

"11"

Ele fez uma careta e eu senti meu coração pesar, me aproximei mais dele e peguei a sua mão sentindo ele apertar levemente. Ainda era estranho estar assim, mas acho que tudo que aconteceu favoreceu para mim poder me tornar mais maleável.

- Por que não contou pra ninguém? Por que não me disse?

" Você sofreria igual eu e eu te amo demais para deixar isso acontecer"

Então em um estalo lembrei do que Mike disse, que alguém tinha pago a dívida. Fechei os olhos e senti minhas bochechas queimarem de vergonha pelas minhas atitudes.

- Mike? - Ele concordou com a cabeça e antes de escrever algo escutei batidas na porta. - Entre.

- Bom dia. Como está se sentindo Clark? - Ele olhou para a lousa e sorriu com a inteligência do meu irmão.

"Estou bem Doutor, só essa dor incomoda, além desse negócio esquisito na boca".

- Que bom, vou pedir para aumentarem a dosagem do remédio para dor, presumo que queira saber quando será sua alta. - Ele assentiu e eu observava tudo sem dizer nada. - Ficará aqui até seu maxilar melhorar, não posso correr o risco de piorar essa lesão, então é bem provável que fique mais uns 15 ou 20 dias no hospital. Tudo bem? - Ele assentiu novamente e o Doutor tirou o curativo que estava nos olhos do Clark avaliando. - Ainda está muito vermelho, melhor não forçar a visão certo? Vou pedir para trocarem.

Ele saiu silenciosamente do quarto e logo uma enfermeira apareceu para trocar o curativo.

Senti um toque mais apertado em minha mão e percebi que ele não havia soltado em nenhum momento.

"Onde ele está?" Sabia que sua pergunta tinha sido direcionada ao papai e por um momento ponderei de não responder.

- Los Angeles.

Ele fechou os olhos e eu vi uma lágrima solitária escorrer, meu peito doeu mais uma vez e eu queria poder abraça-lo e dizer que tudo ficaria bem, mas eu não tinha essa certeza.

O silêncio tomou o ambiente, só que não era algo desconfortável, pela primeira vez eu me senti bem e sem a raiva de sempre e confesso estar gostando disso.


Notas Finais


É isso pessoal, agradeço demais por todos os comentários e por vcs sempre me incentivarem a não desistir, agradeço por cada voto e cada tempinho que vcs dispõem para ler.
Desculpem os erros de português e espero de verdade que tenham gostado.
Beijos e até o próximo.
Respeitem a quarentena e continuem se cuidando.
Twitter: @superdaluthor


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