Haviam feito aquilo uma terceira vez consecutiva, sem direito a intervalos nem descansos de sequer dois minutos, em várias posições diferentes. Caesar estava acabado e sentia que, a qualquer momento, Joseph iria dormir ali mesmo, em cima dele.
– Você é pesado, porra. – Zeppeli resmungou, empurrando o Joestar para o lado.
– E daí? Você é bem forte. – Joseph grunhiu, evidenciando seu cansaço. – Ceasarino, vamos dormir bem juntinhos... – Não pareceu um pedido, tampouco uma pergunta nem mesmo uma ordem. A voz de Joseph saiu lânguida, gemida e abafada, parecendo um velho que fala dormindo.
Mesmo estando cansado, com o corpo molenga e sentindo-se em êxtase, Caesar sentia-se ansioso. Não para querer fazer sexo mais uma vez – apesar de que não negaria se caso Joseph oferecesse –, mas sim, porque sentia algo em seu peito que há alguns meses andava aparecendo com mais frequência. Uma pontada inicialmente que lhe deixava enjoado, e que queimava, até espalhar-se incendiando todo o corpo.
Era confuso até mesmo para as cabeças mais centradas, como a dele próprio. Talvez fosse a reiteração daquela coisa que as pessoas falam tanto... Inconscientemente, Caesar ficou encarando a palma de sua mão, como se esperasse que a resposta de seu problema magicamente fosse escrita nas linhas arbitrariamente esparsas.
– Caesar... – Joseph o chamou, ainda languidamente. O braço direito do Joestar pousou sobre o corpo do loiro, o trazendo mais para perto. Os corpos despidos chocaram-se, aquecendo um ao outro. – Não me deixe sozinho, Ceasarino.
– Mas eu não saí daqui nem por um minuto, Jojo. – O rapaz replicou, aconchegando-se ao peito do mais velho.
– Eu me senti solitário... Me abraça, Caesar.
– Tudo bem. – Assim como pedido, Zeppeli fez o melhor que pode para ficarem abraçados em uma posição relativamente confortável. Devido à proximidade, ficou, então, admirando as feições relaxadas de Joseph, constatando com cada vez mais certeza, a cada traço fiscalizado, o quão ele era lindo. E mais lindo ainda quando estava daquele jeito: quietinho, calado, dormindo. Parecia até o anjo que não era.
– Eu sou lindo, não é? – O Joestar sorriu convencido, ainda de olhos fechados e voz sonolenta.
– Vá à merda, Joestar. – Caesar revirou os olhos, mas concordou, em mente e puro segredo, com a afirmação de Joseph.
Apenas uma risada da parte do moreno foi ouvida até o quarto adentrar em puro silêncio novamente. Caesar conseguiu cochilar um pouco, preso entre os braços de Joseph, mas este não conseguia pegar no sono direito, apesar de ter sido ele quem ofereceu o descanso. E estava preocupado com algo, também. Meia hora depois, já inteiramente desistente e severamente impaciente, Joseph recebeu uma ligação. Atendeu e, cinco minutos depois, resolveu se levantar. Cuidadosamente se soltou de Caesar, infelizmente o acordando no processo.
– O que houve? – O loiro indagou, esfregando os olhos para tentar espantar o sono.
– Tive um pesadelo. – Mentiu, e Caesar inocentemente acatou. – Aliás, tenho um compromisso com a Suzie, daqui a vinte minutos, com aquele lance da revista e tudo mais, então resolvi levantar logo. – Já de pé, o Joestar do meio olhou penosamente para o namorado. – Perdão, Ceasarino, não queria te acordar.
– Tudo bem. – Sorriu o loiro ternamente, realmente perdoando-o. Joseph sabia que ele odiava quando o acordavam de forma brusca. Então, sem mais demora, o Joestar foi tomar uma ducha rápida. Acabou se vestindo lá mesmo.
Ainda na cama, Caesar deixou o corpo tombar de volta no colchão, sentindo-se aliviado por algum motivo que ele não sabia explicar direito. Um sorriso bobo se estendeu torto em seu rosto, até ouvir o barulhinho de notificação do celular de Joseph. Curioso, Zeppeli foi checar, mas se convencendo de que era apenas para ver a hora.
Não sabia a senha padrão, muito menos tinha a digital de Joseph para desbloquear o aparelho. Tentou formas como “C” e “J”, não obtendo sucesso em nenhuma delas. Mas, na tela de bloqueio, viu um contato que não era bem semelhante ao de Suzie; o que realmente deixou Caesar intrigado. Na foto de contato, uma desconhecida mulher morena, muito bonita, com os cabelos voltados para trás, presos em uma tiara, estava nomeada como “Tomoko”. Caesar manteve-se quieto e pôs o celular de volta no lugar.
Joseph saiu do banheiro já vestido, com seu habitual conjunto de camiseta social, calças sociais e cinto com suspensórios, que o deixavam pecaminosamente mais sexy. A ideia da palavra “sexy” fez Caesar lembrar de alguns assuntos não mencionados mais cedo.
– Quer sair comigo no Dia dos Namorados? – O loiro perguntou, sem cerimônias alguma. Como sempre, Joseph acrescentou em pensamento.
– Claro. – O moreno anuiu, dando seu melhor sorriso galante. – Mas, me pergunto: aonde você pretende levar esta belíssima donzela de suspensórios que vos fala? – Joseph hirtou as sobrancelhas. Caesar escancarou seu melhor sorriso provocativo.
– Isso é segredo de adultos.
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