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História Victuri!!! On Music - Vere intenzioni


Escrita por: yonasuki

Notas do Autor


Não sei o que dizer. rsrsrs
Aproveitando que estou coçando em casa, acabei por conseguir finalizar mais um capítulo!
O título do capítulo já diz do que se trata... Verdadeiras intenções. Como Victor e Yuri irão lidar com isso?
Desculpem qualquer erro.

Capítulo 29 - Vere intenzioni


Vere intenzioni

(Victor)

Ódio. Vingança. Fazer justiça com as próprias mãos. Vontade de matar.

Nada disso estava em minha cabeça há alguns minutos atrás. Estava extasiado com a confiança que Yuri depositou em mim e com uma felicidade que não me cabia no peito ao saber que sou a única pessoa da qual ele cogitou a possibilidade em se entregar. Sei como deve ser difícil para ele passar por cima de seus traumas para ser tão completo para mim como eu sou para ele. Eu estava muito feliz... Estava... Até ver de frente tudo aquilo que balança meu ódio.  Ver meu pai entrando em minha casa trouxe a tona tudo de ruim que fiz questão de jogar para segundo plano, o segurança novato com cara de idiota entra logo atrás com uma cara chocada, com certeza por ter ouvido algum comentário sarcástico de Yuri, mas o que estou a ver atrás do segurança transborda de vez toda a merda que estive segurando. "Sergei..." Tudo me veio a tona. A mídia, o assédio e até mesmo o cretino do meu pai não são nada nesse momento. Ver a pessoa responsável  pelos ferimentos de Yuri, simplesmente fazem com que um lado que nunca achei que tivesse saísse de mim. A vontade de fazer justiça com as próprias mãos, a vontade de matar esse desgraçado. Não consigo me segurar.

-Sergei...  - digo com instinto assassino indo em sua direção - Seu filho da puta escroto! - rujo enquanto acerto o primeiro soco de com certeza  uma surra que sei que não posso evitar acontecer. Quero Matá-lo.Estou fora de mim.

Meu pai não me impede, o segurança idiota segura um Yuri desesperado para que não interfira. "Sim... Faça algo de útil seu boçal porque vou fazer esse desgraçado pagar pelo que fez. Me desculpe, Yuri. É mais forte do que eu. Seus ferimentos quase me mataram. Esse filho da puta precisa pagar..."

Dou um, dois, três socos. Chutes, pontapés e mais tapas, mas nada me revolta mais do que o fato de estar quieto. Está apanhando sem mover um músculo. A fúria me cega. Vejo tudo em vermelho.

-Reaja seu covarde filho da puta! - grito desferindo mais um soco - Não foi valente na hora de espancar o Yuri?!?!?! Reaja comigo agora seu merda!!! - Estou completamente cego e sem controle. Percebo que fui ao chão e estou por cima de Sergei  socando sua cara. Com um ódio que grita para que eu deixe seu rosto desfigurado, para que nunca mais seja capaz de levantar a mão para  ninguém. Sinto que desloquei um dos meus dedos, mas minha adrenalina é tão intensa que não registro nada. O único registro em minha mente é matar esse cara. Escuto gritos e a voz de meu pai.

-Já chega Victor, ele está inconsciente. - ele tenta segurar o meu braço mas lhe sou um soco para se afastar. Não é o suficiente, não consigo... Não consigo parar. Estou com lágrimas nos olhos e totalmente cego.

-Não me toca seu cretino! Não defenda ele! Ele tem de pagar!!! - digo enquanto continuo incapaz de parar. Em algum momento escuto o choro de Yuri e sua voz desesperada vai me trazendo de volta a razão.

-Para, Victor! Já chega! Você vai matá-lo! Não faz isso... Hmf... - sua voz em pânico faz com que eu fique imobilizado. O choro de Yuri vai me trazendo de um lado sombrio e minha visão vai ganhando foco. O que vejo quase me tira o ar.

O rosto de Sergei está irreconhecível, minhas mãos estão ensangüentadas, meu dedo do meio tem um ângulo meio esquisito, mas o pior são as expressões na sala. Meu pai está perplexo, o segurança novato está atônito e Yuri... ”Ah... Me perdoe. Deve estar com medo de mim." Yuri ainda sendo segurado tem uma expressão que não consigo identificar, afinal, pela primeira vez desde que nos conhecemos ele viu um lado meu  que jamais imaginou que eu tivesse.Sinto vergonha. Como se tivesse levado um choque me afasto de Sergei.

Meu pai confere meio apreensivo os batimentos de Sergei e suspira aliviado. Olha para o novato e diz...

-Largue esse garoto Ivan! Pegue Sergei e leve-o ao hospital imediatamente! Irei assim que acabar por aqui. - ordena ao novato que assim que solta Yuri, este vem correndo em minha direção, fazendo com que eu fique muito inseguro. "Eu fui um animal..."

Meu coração acelera com seu abraço. Seus rosto está banhado em lágrimas de alivio.

-Ah, Victor! Você está bem?  - diz pegando minha mão para avaliar os estragos. Estou sem reação pois esperava, medo e insegurança depois do que me viu fazer. Não consigo dizer nada, só aceno a cabeça. Yuri para por uns instantes e vira o olhar ao meu pai.

-Resolva seu pequeno problema enquanto cuido do Victor. Estaremos de volta em instantes. - diz com uma expressão de uma frieza igual nunca vi. Agora que viu que estou sem maiores danos, tomou as rédeas da situação.

Yuri me leva ao banheiro do meu quarto já pegando a caixa de primeiros socorros.

-Vamos primeiro olhar essa mão, acho que distendeu algum nervo. - ele vira minha mão e tenta mexer meu dedo, fazendo com que eu contraia de dor.  - Ah, teremos que ir ao hospital depois que resolvermos as coisas com seu pai, acho que minhas habilidades não vão ser de grande ajuda. - diz enquanto lava minhas mãos. Estou sem palavras. "Não está com medo de mim? Não acha que fui um animal, Yuri?" Estou encarando-o completamente em choque por estar levando tudo tão tranquilamente.

-O que foi? Por que está olhando pra mim com essa cara? - pergunta muito calmo.

-V-você não e-está com m-medo de mim? Não vai brigar comigo? Eu não teria parado senão fosse por você, Yuri. Senão fosse sua voz agora eu poderia ser um assassino! Isso não te deixa apreensivo? Com repulsa? - após essa pergunta ele me encara de volta.

-Olhe bem para minha cara Victor e veja se tem alguma coisa assim. Eu jamais sentiria medo e muito menos repulsa por alguém que lutou por mim.  - seus olhos refletem o tamanho de sua sinceridade. As vezes esqueço o quanto esse rapaz é verdadeiro. Seu amor por mim só aumenta e isso aquece meu coração. - De uma certa forma eu entendo o porque fez o que fez. Você vêm enfrentando muita pressão ao longo dos últimos meses, acho que desde que me conheceu. - ele sorri envergonhado e acrescenta - Acho que era só questão de tempo para você perder as estribeiras, percebi isso assim que vi a coletiva de imprensa. Então, não sou um poço de virtude para te julgar e a valer o quanto você é importante para mim, não sei se no seu lugar eu teria feito diferente e muito menos parado. Eu o teria matado. Então não espere olhares diferentes além de gratidão e amor por ter me vingado. - conclui me olhando seriamente. Sua expressão diz algo como 'não se atreva a ficar com culpa' e isso me conforta. Eu realmente amo esse rapaz. Imaginar minha vida sem ele? Impossível.  Instintivamente o beijo.

-Obrigado, Yuri. Obrigado por estar comigo.  - digo enquanto ele faz ataduras improvisadas em minha mão.

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Assim que voltamos para a sala encontramos a atmosfera abaixo de zero. Meu pai se encontra com uma expressão absurdamente fria. Vejo raiva em seus olhos quando olha para mim. Me pergunto se será por conta do que fiz com Sergei ou no geral mesmo por causa da minha atitude em desafiá-lo. Olho para Yuri e vejo que está atento e observador como nunca. Como se ele estivesse vendo um animal exótico. "Queria saber o que tanto vê... Além da raiva, pra mim meu pai parece a mesma coisa de sempre." Ele aperta levemente minha mão pedindo permissão para tomar as rédeas, assinto com a cabeça e recebo seu sorriso.

-Bem, acho que você já fez o suficiente em testar os limites de um filho que sequer conhece não é?! - fala do jeito irônico de sempre. Isso faz com que meu pai fique vermelho de raiva. Já conheço essa expressão.

-Já disse que o que tenho a tratar é somente com meu filho. Isso não te interessa. - diz percebendo o erro que cometeu. Yuri sorri.

-Então só para acertarmos as coisas para que eu me retire, o assunto envolve um certo gay nojento que fez seu filho sujar o nome dos Nikiforov? - silêncio.  - Já que o silêncio é uma confirmação, então essa porra de assunto também me diz respeito. Sei que não lhe agrado, mas estou me lixando para o que você acha. Sua intimidação pode ter funcionado com o Victor no passado, mas agora ele tem a mim e pode ter certeza que isso não dará resultado, velhote. - completa com o sorriso mais irônico que já o vi usar.

Estou boquiaberto. Meu pai? Em silêncio, indignado, contrariado e algo mais. Com certeza ninguém nunca teve a pachorra de o contrariar e esse rapaz tão impulsivo no momento lhe dá o primeiro tapa de desafio diretamente em sua cara. Vejo que ele encara Yuri de um jeito diferente, não sei em que sentido, mas não me agrada. Pela primeira vez uma palavra passa pela minha cabeça referente a meu pai desde que nasci: "Rival." Estou confuso, muito confuso mesmo. Ele desvia o olhar, respira fundo e sorri pela primeira vez. Seu sorriso é um sorriso de desafio, como se estivesse se deleitando com a petulância de Yuri. Parece um predador.  "Hã? É a primeira vez que vejo meu pai sorrindo! O que está acontecendo? O que não estou pegando nessa atmosfera?!"  No momento é como se eu observasse duas feras se espreitando, vendo qual delas dará o bote primeiro. Meu pai abre ainda mais o sorriso, um sorriso que diz 'te peguei garoto', o que faz Yuri engolir em seco. Ele abre a maleta que leva consigo e de lá tira uma pasta.

-Bem já que esse pirralho quer tanto fazer parte da reuniãozinha em família, vamos incluí-lo. - diz com um tom extremamente irônico, o que me deixa sem palavras e Yuri completamente desconcertado continuando - O fato é... Victor, deixei bem claro no hotel em Tóquio que não vou permitir que você fique com esse garoto. Pouco me importa o que acha, mas não vou aceitar isso. Dei duro por muitos anos para levar nossa família ao topo para que esse gay estrague tudo levando você para o seu lado nojento.... - Yuri está espumando de ódio e quando faz menção em falar, o que tenho certeza que será um xingamento, meu pai levanta a mão o calando - Ainda não terminei, pirralho. Não ache que sabe mais do que eu, é muita ingenuidade da sua parte. Bem, com o referido silêncio, acho que posso expressar minhas reais intenções aqui. É muito simples. - diz jogando uma pasta em cima da mesa de centro da sala e acrescentando com um sorriso ainda maior - Senão terminarem essa palhaçada agora amanhã isso estará a disposição da imprensa, será um prato cheio para eles... A propósito, bem interessante sua vida Yuri Katsuki.

Sem nem abrir a pasta já sei do que se trata. Um dossiê. "Até que ponto sua doença por status pode chegar, seu maldito?! Até que ponto as pessoas pagarão para que você passe uma boa imagem?!" Toda a vida de Yuri está nessa pasta, inclusive a parte que fiz de tudo para esconder. Me sinto impotente e estou completamente sem reação. Sinto-me derrotado. Yuri olha confuso pra mim e num ato impulsivo abre a pasta e perde o fôlego. Sua expressão varia entre horror e incredulidade. Ele não consegue acreditar. E como se estivessem aberto uma ferida antiga.

-Fiquem a vontade para apreciar e vejam se isso vale a pena ou não ir para a imprensa. - diz o velho com um sorriso triunfante.

Yuri vai virando as páginas e lá tem tudo... Desde a morte de seu pai, testemunhos de vizinhos que presenciaram a violência de seu padrasto, até cópias dos laudos médicos de quando ele quase morreu. Adicionado ao passado tem fotos suas no conservatório tocando piano, limpando as termas e fotos nossas. Muitas fotos. De nós andando de mãos dadas, eu dando makkachin de presente para ele,  nós nos beijando antes de nossa primeira vez. É tudo tão baixo, tudo tão imundo. Meus olhos se enchem de lágrimas.

-Por quê? Por que teve que descer tanto o nível seu maldito? O que você ganha em usar a dor dos outros para seu benefício? Já não bastou foder minha vida?!?! - grito em revolta. Estou de mãos atadas.

-Você ainda me agradecerá, Victor. Isso é para o bem da nossa família meu filho. É para seu próprio bem, estou fazendo isso por você. - diz fazendo com que eu exploda pela segunda vez.

-Filho???? Você é doente??? Como tem coragem de me chamar de filho??? Até quando as pessoas devem pagar o preço pela sua preciosa imagem?  - falar isso me lembrou do Yakov quando jogou isso na minha cara. Meu pai me encara incrédulo, como se não acreditasse em minhas palavras. E eu, só sinto dor. Como dói lembrar que fui como esse maldito. Estou tremendo e não consigo evitar chorar. Choro por Yuri, pela família que me acolheu, por mim e por nós dois. Não é justo. "Você vai tirar mais isso de mim velho?! Como consegue dormir? Você sabe que eu jamais exporia o Yuri, por isso desceu tão baixo." Sinto que Yuri me observa até que pega minhas mãos fazendo com que olhe para ele. Ele enxerga minha vulnerabilidade, minha fraqueza perante meu pai, minha incapacidade de nos tirar dessa situação e principalmente minha dor por não conseguir protegê-lo da sujeira que é minha família.

-Victor... Você me ama? só me responda isso. - levo um susto com essa pergunta. "Você ainda tem dúvidas? Não, não é isso..."  Ele não duvida, mas precisa que eu diga em voz alta nesse momento.

-Sim, eu amo Yuri. Como nunca achei que fosse capaz. - após dizer isso, ele me lança um sorriso e adquire uma determinação que me deixa boquiaberto. Eu sei o que ele vai fazer. - Não, Yuri... Não faça isso com você.

-Isso pra mim já é o suficiente, Victor. Não preciso de mais nada. - e acrescenta sussurrando -  Só peço que confie em mim e não interprete nada errado, você é o único para mim.  - vira-se para meu pai que o encara sem reação. Ele sorri desafiante.... Eu não estou entendendo nada.

-Quer saber de uma coisa velho? Foda-se! Quer me expor? Fique a vontade! Não tenho nada a perder com o mundo sabendo da minha vida! Não é novidade para ninguém! - grita se aproximando de meu pai apontando o dedo em sua cara - Minha vida foi uma merda? Foi sim! Mas e daí? - meu pai engole em seco e percebo completamente incrédulo que conforme Yuri vai se aproximando ele vai recuando os passos até encostar à parede. Pela primeira vez na vida vejo Dimitri Nikiforov sendo intimidado e não sei o que pensar. Yuri nota algo a mais em sua expressão, eu tenho certeza, porque sorri cada vez mais."O que ele vê que eu não vejo?"  Ele o pega pelo colarinho aproximando seu rosto  e não consigo acreditar no que vejo. Ele está corado. "Que porra é essa???" Noto desejo em seu rosto e custo a acreditar. Yuri já havia percebido há algum tempo. Ele finaliza dando o golpe de misericórdia.

-Sabe, para um doente por status e homofóbico de merda, você é bem hipócrita não acha? - diz irônico antes de colar sua boca na do meu pai. "O quê????"

Estou completamente chocado. Preciso de todo auto controle que possuo para não voar no meio dos dois. E o que quase arranca minha sanidade é ver meu pai inconscientemente ou não, retribuindo o beijo. Ele simplesmente não consegue evitar. Estou enojado, indignado e principalmente puto demais. Meu ciúmes ruge em ver suas mãos em cima de Yuri e quando estou quase partindo para o meio dos dois, o beijo é interrompido. O sorriso de Yuri faz com que eu finalmente entenda tudo.

O rosto de meu pai só expressa uma palavra ao me ver olhando-o com ódio e repulsa: VERGONHA.

Ele olha para Yuri, que limpa a boca e cospe no chão com expressão de nojo.

-Antes de rotular e pisar em cima das pessoas se coloque no lugar delas. Não ache que você é melhor do que eu só por ter fama e status e eu ser gay. Não me subestime, seu bosta! Dói ser exposto né? Dói quando aquilo que você mais quer esconder acaba sendo visto huh?! Agora só te resta analisar o tipo de pessoa de merda que você é.  - diz Yuri com ódio no olhar. Vejo que suas palavras carregam não só sua luta em ficar comigo, mas também a própria luta por sua auto-preservação, para que seu passado não seja exposto - Desejando aquilo que você repudia... Quem é o nojento agora seu cretino?

Eu sei o que meu pai vai fazer e saio correndo entrando na frente de Yuri, recebendo em cheio o soco.

(Continua...)


Notas Finais


Quem é o nojento agora?! Yuri Wins!


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