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Se o outono tivesse um cheiro ele seria algo um pouco amargo, porém com um toque doce no final. Jongin era apaixonado por aquele aroma e tudo que ele trazia consigo.

Jongin não chegou a beber a poção do amor, mas sentiu o efeito colateral da magia mesmo assim. Será que a mãe de Sehun, a bruxa, conseguiria ajudá-lo?

Sehun é o alfa sobrinho do líder da matilha, Jongin é um ômega que trabalha com tecidos. Dois desconhecidos prometidos ao Equinócio.

Sehun seguiu o que falou momentos antes, seu coração estava acelerado, ele seguiu até os pés da escada e estendeu a destra, dobrando a manga do seu hanfu, para o elfo.
Jongin ficou sem reação por alguns segundos, havia se tornado o centro das atenções, engoliu em seco ao ver o rei lhe chamando. Ajeitou sua postura e mesmo receoso passou a descer ficando de frente para o ruivo, encarou a mão em sua direção e depois os olhos escuros e aceitou o chamado, sua mão se encaixando perfeitamente a dele.
— Daria-me a honra de uma dança? — Sehun, perguntou.
O elfo não respondeu com palavras, apenas assentiu com a cabeça e deixou-se ser levado para o meio do salão.
— Sua beleza é estonteante, meu caro — proferiu, sorrindo ao mesmo tempo. — Como se chama?
— Jongin — sussurrou.

Certificando-se que mais ninguém os ouvia, Sehun observou Jongin convicto. Tudo o que estivesse fazendo a partir dali, poderia trazer consequências de vida ou morte.
— Você quer saber no que eu acredito?
O outro assentiu.
— Acontece que eu não acho que somos apenas pacientes, como eles dizem.
— E o que mais poderíamos ser? — mesmo sem intenção, soou zombeteiro.
— Acho que somos cobaias, Kai. Todos nós. — Sehun respondeu à indagação numa voz sussurrante, de quem revela um trágico segredo.
O moreno piscou duas vezes, tentando assimilar o que lhe foi dito.
— Me conte mais sobre isso — pediu por fim.
E Sehun contou.

Jongin nunca gostou do Outono. Todas as tardes, o solzinho fraco dá lugar à maldição sazonal da pequena cidade e começa o seu mau humor da estação.

Sehun gostava de coisas metódicas, seu café com a mesma colher de chá de canela, usar roupas neutras em sessões fotográficas e nunca misturar cores fortes com seus conhecidos tecidos beges e terrosos. Porém, as sessões dos modelos de inverno daquele ano tinham tudo para quebrar com sua ordem de sempre, pura e simplesmente por conta de um modelo.
Ninguém mais, ninguém menos que o infame Kim Jongin, ou como toda a indústria o conhecia: Kim Kai. Aquela tarde tinha tudo para dar tudo errado, mas talvez Sehun fosse se surpreender.

Sehun e Jongin se odiavam, isso era algo bem declarado pelo Oh. Mas será que uma aposta bobinha e um copo de whisky bem gelado faria com que o rumo da noite dos dois mudasse drasticamente?