Lista de leitura 02

Eles estão de volta, crescidos e amadurecidos (até parece…), envoltos no bolor das responsabilidades e com um novo Manual totalmente reformado: vem aí — Manual “Tu traiu o movimento punk, véio! Quer dizer… A gente virou adulto, né?”, carinhosamente abreviado como TTOMPVQDAGVAN! Esses cinco rapazes irão te ajudar a como sobreviver à Vid’Adulta… ou talvez não.

Kang Yeorum é uma jovem perspicaz e gentil, mas de baixa autoestima. “Baixa autoestima” porque, para se entupir de comida ruim e persistir no erro, só pode ser auto-ódio. Mas ela tem um motivo para continuar fazendo pedidos àquele restaurante de baixíssima qualidade. Poderia ser as avaliações engraçadas, entretanto, este motivo chamava-se Kim Youngkyun, o motoboy charmoso dono de madeixas brilhantes e personalidade um tanto lenta.

Desde sempre a vida de Choi Beomgyu é azul: azul-melancolia, azul-pobreza, azul-mesmice. Há anos trabalhando nesse farol na pontinha da praia, com a cacofonia repetida do mar traiçoeiro e uma única canção (azul) estancada na mesma estação por eras, Beomgyu pensa que a tristeza tem o cheiro salino do mar, e a cor é o azul-insosso que lhe sufoca todos os dias.

Beomgyu é um carinha estranho.
Anormal. Atípico. Peculiar. Diferente.
Dizem.
“E a voz do povo é a voz de Deus!”, a avó costumava sibilar, sábia — ou sóbria (de lucidez).
De qualquer forma, já são vinte e duas primaveras sendo assim. Sabe? Anormal. Atípico. Peculiar. Diferente. É um bom sinal, quem sabe, números iguais, fim de ciclo, um novo Beomgyu sendo só um velho Beomgyu. Solitário hoje à noite... ou talvez não. Nunca. Jamais.

Para Choi Soobin, cada momento ao lado de Choi Beomgyu (rapaz metido a punk, fã de New Order e guitarrista numa banda de garagem), contava como os momentos mais preciosos de seu dia. Só precisava encontrar uma maneira épica e memorável para expressar o quão valiosa considerava sua companhia.

Há várias coisas que fazem Hwang Eunbi ser a “Louca da Rua Nova”: 1) pão com mostarda, mel e aveia; 2) pirulito de cereja banhado em ketchup; e 3) Jung Eunbi berrando a letra de “I Ran So Far Away” no banco passageiro desse Opala vermelho, caindo aos pedaços, adquirido após a sua loucura efervescente e juvenil.

Entre roupas espalhadas pelos cantos, discos largados sobre a cama bagunçada e a melodia alta que ecoava pelo quarto miúdo, duas moças de mesmo nome compartilhavam confissões.

Às seis da tarde, sob um céu semelhante à pintura a óleo, observando o quintal pela janela da cozinha, Heeseung e Jake encontram conforto entre a paisagem crepuscular e conversas agradáveis.

O relógio na parede — mesmo sem saber por quê o tinha (talvez para preencher a sua parede tão vazia, embora suspeitasse que fosse para preencher a sua própria mente) — apontava o horário. Dezoito horas e vinte minutos da tarde e ele estava completamente entediado.

"— Se morrêssemos agora, teria algum arrependimento?"

A pergunta feita pelo garoto de 2001 adentrou as seções mais profundas de seus pensamentos inócuos, deixando-a estagnada em uma inquietude sem fim. É quando o relógio aponta duas da madrugada em um estacionamento de um mercado 24 horas que um súbito pensamento acalenta a garota Minjeong. Camisas de flanela descombinadas, papagaios simpáticos e elásticos esquecidos lhe passavam demasiadamente a sensação de estar em casa.

(Curiosamente, todas as palavras eram sinônimos para Choi Beomgyu).