Olá, tudo bem? Então quer dizer que é esta a nova história que você está escrevendo e que vai ser tão boa quanto todas as que postou? Olha, já adorei. Mais ainda pelo fato de estar no comecinho, sendo assim vou poder acompanhar de verdade e, espero eu, estar sempre presente aqui contigo e os queridos novos personagens desse universo mágico e fantástico de Crônicas de Penina que, pelo que nos mostra o prólogo, promete ser uma aventura incrível e emocionante.
Quero muito destacar aqui, de novo novamente (haha), o quanto eu sou fã da sua escrita. É sempre tão limpa; tão clara e ao mesmo tempo de uma enorme complexidade; tão carregada de emoção e intensidade, sabe? A gente lê e é como se cada palavra nos abraçasse e envolvesse na atmosfera criada pela narrativa, nos fazendo sentir toda a tensão, adrenalina ou seja lá qual sensação for; o que importa é que sempre iremos nos teletransportar para dentro das cenas descritas e, como se fôssemos nós personagens, sentiremos tudo aquilo que tivermos de sentir baseado naquilo que criaste para a história e seus momentos e circunstâncias.
Digo isso porque foi surreal a forma que, tal como Festos, me senti eu sem fôlego e, sem perceber, me vi com os batimentos cardíacos acelerados e puxando o ar com mais dificuldade do que o normal, sendo que estou deitada e sequer fiz algo que de fato cobrasse essa condição de respirar descompassadamente, tudo porque a forma como você descreveu essa cena de fuga do mago foi meticulosamente detalhada, sabendo pôr cada palavra em seu lugar para no fim dar esse movimento – essa dinâmica, melhor dizendo – na narrativa e nos fazer dançar esse ritmo intenso ditado por ti.
De verdade, estou tentando acalmar o coração até agora depois dessa!
O que mais gostei, agora sendo mais específica, foi da sutileza que alguns trechos têm, e que se lidos sem muito se ater a eles passam despercebidos ou são apenas "preenchimentos de parágrafo", mas que na verdade são muito importantes para o contexto e criação do dinamismo da atmosfera da cena e podem facilmente fazer o leitor ficar minutos só lendo e relendo e refletindo-os sem parar.
Não sei se é porque gosto de buscar sempre mais água para mergulhar ou se sou só excessivamente desnecessária quanto a sempre (querer) ver profundidade ou "poeticidade" onde não existe, mas eu fui tocada intimamente por algumas passagens desse prólogo. As vezes foi um trecho, como eu já disse, específico. Mas as vezes foi só a forma como você soube usar toda a natureza e ambiente para criar uma cena que pudéssemos imaginar no seu fiel acontecimento.
Um exemplo é a passagem do Festos correndo, bem lá no início, que diz assim:
"Seus pés rápidos pisaram numa densa poça quando os primeiros pingos de chuva começaram a cair. [...] e então tudo em volta mergulhou em pingos d'água. O barulho dos gotejos prevaleceu e logo Festos se tornou apenas um vulto desesperado a correr em meio a chuva."
Eu amo a chuva, já quero deixar bem claro e explícito aqui. Só que não foi só isso que me fez ficar fixada nesse trecho, sabe? É que a combinação desse fenômeno climático com o que estava acontecendo fez tanto sentido e foi tão bem colocado que, não sei, elevou tudo a um nível tão mais real, tão mais intenso, que de certa forma senti chover em mim também. Sério, muito, muito, muito demais esse detalhe, essa essência realística que você deu à cena.
Outro exemplo que quero, e preciso dar, foi esse trecho aqui:
"Olhou por sobre o ombro e não viu nada além do breu – o que era tão preocupante quanto ter visto algo."
Nisso eu já estava inquieta. Mas quem dera tivesse sido só essa parte. A que veio logo em seguida foi tão inquietante quanto:
"A quietude pode despertar muito mais medos [...]"
Fiquei refletindo sobre isso. Realmente, a quietude, que por essência de significado tende a ser pacífica, carrega consigo um caos recheado de sentimentos angustiantes que nos causam medo e inquietam, principalmente se juntamente a ela vier a minha maior fonte de pavor: a escuridão.
Não estou sabendo lidar com essa passagem.
Enfim, tantos outros trechos me causaram esse tipo de reflexão, mas se eu parar para colocar todos, vou acabar reescrevendo todo o capítulo aqui nos comentários KKKKKK
Mas ok, ok. Só queria dizer que todo esse comentário "enormemente" desnecessário foi para dizer que você nunca decepciona no que faz e que com certeza estarei aqui até o desfecho dessa trama muito bem pensada e construída já desde este prólogo.
Você é brilhante, moço. Parabéns pela dedicação e amor que tens pelo que faz. Sucesso com mais essa nova criação!
Beijos,
Mei.
[p.s.: já quero nos destaques da semana]