História Filha de Imigrantes

Nossa, eu estou realmente impactada. Confesso que o que me aproximou muito da Ásia e me fez respeitar em definitivo os asiáticos ou descendentes, foi o kpop. Quando dizem frases como "é tudo parecido/igual", eu tento me colocar no lugar daqueles que sofrem a ofensa; obviamente que não tenho ideia de como é, mas me pergunto se dissessem o mesmo para nós: com certeza não gostariam. As diferenças vão muito além do físico, estão na língua, na cultura, no país... Se a pessoa não se sente confortável com "japa", "china" ou "coreia", o que a gente deve fazer é ficar quieto e respeitar. Pra gente ainda é difícil às vezes identificar de onde exatamente um imigrante de descendentes asiáticos é, mas, honestamente? O que nos confirma que tal pessoa é de determinado país? As culturas e os povos se misturam e a miscigenação se forma, não há regras que digam que tal pessoa é de determinado local. Acho que o mais adequado seria perguntar diretamente para não gerar desconforto e xenofobia. Eu realmente sinto muito que você tenha que passar por isso, mas saiba que o Brasil é um país de múltiplas culturas e que está de braços abertos para você; porque, sim, você é brasileira.

Obs: lembro-me claramente de quando eu fui à praia há alguns bons anos e encontrei descentes de asiáticos vendendo na feirinha e eles estavam falando em chinês (por meu pouco conhecimento em línguas asiáticas, acredito que fosse chinês) e fiquei completamente encantada. Espero que eu ter ficado olhando não tenha passado a impressão errada, porque eu era criança e não sabia disfarçar aushuashusha

Que relato forte e necessário!
É triste pensar como a xenofobia contra o povo asiático é tão normalizada. Disfarçam de meme ou zoeira e, no fim do dia, não tratam com o peso que deve ser tratado. Sua fic passou perfeitamente o sentimento de indignação, ao mesmo tempo que trouxe uma reflexão super importante. Sinto muito por essas situações relatadas aqui fazerem parte do seu cotidiano, mas também te parabenizo por falar disso, pois torço bastante que mais e mais gente enxergue que essas piadas de "pastel de flango" ou "japonês, chines e coreano é tudo igual" são puro suco da xenofobia.

Triste ver também como essas piadas voltaram com toda força nas olimpíadas, momento de celebrar diversas nações em esportes, não é? Brincadeiras respeitosas são sempre bem-vindas, mas li coisas absurdas que, sinceramente, não sei como as pessoas tiveram coragem de postar. Seu texto nesse momento só ganhou mais impacto!

Meus parabéns pela escrita, pelo jeito que trouxe sua experiência e também pela lista real de como se reconhecer um brasileiro KKKKK você arrasou!

Oi! 🌟 Deixa eu te contar, sua história é incrível e mexe lá no fundo! 💖 Ela toca em questões importantes sobre identidade, pertencimento e preconceito. Como tu narrou as experiências criou uma ligação forte com os leitores, porque conseguimos entender as dificuldades e injustiças que os descendentes de imigrantes asiáticos enfrentam no Brasil. Eu consegui me colocar no seu lugar.
Não vou dizer que nunca fiz a pergunta de se alguém é japonês ou chinês. 🤦‍♀️ Na minha cabeça, parecia algo inofensivo, só um sinal de ignorância e falta de empatia. Agora vejo que essa pergunta pode carregar um peso enorme e magoar quem a recebe. 😔 É uma daquelas coisas que a gente pode fazer sem perceber, achando que é um comportamento inocente, mas que, na verdade, perpétua estereótipos e pode causar dor. 💔
Seu desabafo é super verdadeiro e mostra a sua vulnerabilidade, o que deixa tudo ainda mais impactante. 🌟 Como leitora e amiga, consegui sentir todas as emoções e reflexões que tu compartilhou. Os detalhes específicos, como a interação na cafeteria e as lembranças das aulas de história, só mostra a profundidade de tudo.
A lista das características do "jeito brasileiro" é super charmosa hehe. Ela não só mostra a diversidade e a cultura do Brasil, mas também que ser brasileiro é muito mais do que apenas a aparência física.
Você arrasa, senhorita Wu! 🫂
Beijoos.

MEU DEUS... Eu sinto muito por você passar por tudo isso. Não sei onde você mora, mas se for em São Paulo, a xenofobia não será tão forte como no interior e em outros estados (devido a miscigenação baixa de povos asiáticos fora da região sudeste, mas não quer dizer que não tenha). Você é um amor e muito bonita, não entendo MESMO esse povo que fica tipo "você sempre será chinesa pra mim" (??). Tipo, realmente, como você disse, qual a cara de um brasileiro, exatamente? É o mesmo que perguntar qual a cara de um estadunidense. Sim, o chinês (vou pôr assim porque não sei se seus pais falam mandarim, xangainês, cantonês, sichuanês ou hakka) não é uma língua que vemos diariamente, mas mesmo assim não é motivo pô. Seja qual for a pronúncia, EU acho francês, italianos e bla bla bem... Caído? Não sei explicar, mas línguas românticas já é batido, né? Eu odeio tanto essa herança da população de achar a Europa o paraíso do mundo. Terminando aqui meu texto, sinto muito por ti novamente. Não vou ser hipócrita, então vou dizer que eu realmente não entendo o que você passa, pois sou de aparência padrão em um povoado pequeno no interior do rn. Ou seja, nunca senti na pele o que você sentiu. Acho que a única dificuldade que já passei na vida por aparência foi oq sou alta, mas isso não é sobre mim, definitivamente.
Só oq posso dizer é: eu adoto tu, pfvr não se incomode com comentários de quem não te conhece. Quer dizer... Eu não te conheço direito, mas já te considero pacas, e te acho um amor de pessoa. Além de ser uma das únicas pessoas que eu converso por aqui. Te adoroo ❤️❤️❤️❤️

Gostei muito do seu texto, Wu! Minha tese para minha futura iniciação científica é sobre a relação da língua de herança de imigrantes aqui no Brasil e fiquei especialmente tocada pelo trecho de não se sentir confortável em usar o idioma dos pais em público, pois me faz pensar no quão triste é ter a competência de falar duas línguas maternas e não se sentir confortável em usar uma delas em público por medo de represálias. Mais do que isso, me faz pensar nas pessoas que lutam pra perder o sotaque dos pais para se encaixarem em um sotaque de """"maior prestígio"""" por sofrerem bullying na escola, etc, sendo que não existe isso de sotaque padrão: a língua é movel e nenhum português brasileiro é menos português brasileiro que outro.

A questão identitária de não ser reconhecido como brasileiro tendo nascido no Brasil também é algo que me pega muito, me deixa muito triste. Eu não tenho essa experiência, mas pelo que eu estudo, existe uma experiência comum entre muitos brasileiros com ascendência do leste-asiático que relatam ter essa sensação de serem "despatriados", porque no país em que nasceram e vivem não são vistos como brasileiros, mas também não são reconhecidos pelo país que vieram seus antepassados. Deve ser terrível ter que constantemente provar ser você mesmo para estranhos quando os outros não recebem esse tratamento: não é comum perguntar pra uma pessoa branca se ela é alemã, por exemplo, ou se uma pessoa preta é africana. Chega a ser surreal que, com pessoas amarelas, isso é tão naturalozado (e isso sem entrar na xenofobia intrínseca que um apelido como "china" ou "xing ling" carrega).

Enfim, entrei numa tangente porque assunto de descedência, identidade e imigração realmente me interessam, é minha área de pesquisa hahaha. De qualquer forma, achei seu texto muito valioso e, acima disso, um retrato do Brasil, porque ser brasileiro é ser um pedaço da história do mundo inteiro.

Parabéns pelo seu trabalho! 💕