Lista de leitura Jikook

Quando Park Jimin abriu os olhos pela primeira vez, tinha muitas expectativas sobre o mundo, sobre sua vida e todas as experiências que viveria dali em diante. Ele era um robô recém fabricado, ainda em fase de testes, e apesar de sua média aproximada de vinte e três anos, era completamente novato em viver. Em contrapartida, Jeon Jungkook era um humano comum que tinha vinte e um anos de idade e muitas experiências de vida - talvez até demais para alguém tão jovem -, mas nenhuma delas, até então, envolvia ensinar alguém a ser humano.

Eu odiei o que Jimin fez meu mundo se tornar após conhecê-lo, me fazendo dependente de si como nunca imaginei ser de alguém e deixando cravado em minha memória os melhores momentos da minha vida para então sumir, simplesmente desaparecer do mapa. Ser dado como um patriota que faleceu na guerra, mas...

Merda, Jimin nem ao menos sabia cantar o hino!

Clínicas, psicólogos e sessões com os orientadores do colégio resumia grande parte da minha infância. Um garoto de dez anos com um amigo imaginário e sequer um verdadeiro era preocupante para os meus pais e um tanto engraçado para a minha irmã mais velha. E o mais apreensivo fato era que eu o enxergava desde que tinha seis anos de idade. No começo, minha mãe achava fofo, mas com o passar dos anos, virou um problema. Era estranho e, arrisco dizer, um pouco doentio. Todos continuavam dizendo que meu melhor amigo não era real, não existia criança loira em Busan que a velha fofoqueira da rua não conhecesse, então, Jeon Jungkook de dez anos era doidinho da cachola e via um moleque que não existia pois não conseguia lidar com o fato de não ter amigos. E quando me contaram, eu me perguntei o que eu andei fazendo nos últimos quatro anos se ele não era real.

É. ChimChim não era real. Eu acreditei nisso quando tinha dez anos.

Mas... Agora eu tenho dezoito anos, e tenho certeza absoluta de que Park Jimin da classe A-B é idêntico ao ChimChim. Estaria eu ficando louco novamente?

Eu nunca entendi por que havia nascido com isso. Por que isso tinha de me atormentar desde os dias de menino onde eu ainda não entendia o que aqueles números significavam, passar por minha adolescência onde comecei a entendê-los e repudiar meus pais e todos ao meu redor e chegar até o presente momento, onde já entrei em um triste estado de conformação.
Isso o quê?
Bom, desde sempre tenho esse “dom” de enxergar uma contagem logo acima de qualquer pessoa que eu tenha olhado nos olhos, uns números perturbadores que representam nada mais que a quantidade de mentiras que alguém já contou na vida.
E eu nunca havia visto nada tão absurdo quanto à contagem de Park Jimin.

“As coisas levam tempo, Jeongguk.”

Park Jimin não queria nada.

Trancado em seu apartamento em decorrência de um grave problema cardíaco, o belo rapaz se proibiu de ver o mundo após a recomendação de seu médico que o dizia para não ter emoções fortes. Afastando-se do exterior, Jimin não esperava que seus pais precisassem viajar e o deixasse sobre o cuidado dos Jeon, seus vizinhos.

Entre machucados, cabelos coloridos e meias do Homem de Ferro, Jungkook aparece em sua vida, trazendo pela primeira vez em anos a coisa que Jimin mais temia: o sentir. Cercado por medo, curiosidade e músicas boas, Park Jimin não queria ter emoção nenhuma, mas ninguém proibiu Jeongguk de fazê-lo.

“Quanto tempo você leva pra vestir uma jaqueta e conhecer o mundo comigo?”

Jeongguk era o típico cara babaca que, para a infelicidade de alguns, comandava o conselho estudantil. Era filho do diretor da faculdade, possuía uma namorada inteligente e odiava Park Jimin, seu pior pesadelo.

Pesadelo este que possuía fios rosados e manifestava a favor da minoria e, consequentemente, contra Jeon. Abraçava todas as causas, inclusive a de fazer o teste com o presidente do conselho.

Só não esperava gostar daquilo mais do que deveria.

Eu sou muito trouxa.

Eu sou tão trouxa que um trouxa me abraçou.

Eu sou tão, mas tão trouxa, que o Green Peace foi me interrogar, porque eu desmatei a amazônia inteira para fazer todo o meu papel de trouxa.

Eu sou tão, mas tão, mas tão trouxa, que o crush me chamou de trouxa e eu respondi: "eu sei".

Eu sou tão absurdamente trouxa que minha carta de Hogwarts ainda não chegou.

O nível da minha trouxisse é tão absurdo, que o Vegeta foi invocado no meu quarto e gritou: "É de mais de oito mil!".

Eu sou muito trouxa.


{ jikook!flex | trouxisse!centric | comédia nível hall }

[ não me responsabilizo por efeitos colaterais ou engasgamentos por ler enquanto come ]

Transtorno de Fala | Fluffy | ShortFic

Jeongguk não é mudo, escolheu não falar, e assim criou uma barreira contra o mundo. Mas agora Jimin está tentando entrar em sua vida, e as palavras parecem desesperadas para sair.

Era ele contra seu próprio consciente, por alguém importante para si.

"Park Jimin, pode te ensinar as cores dos seus sentimentos nesse dia, Jeon Jungkook?"

"Ele sempre me ensinou a colorir o meu mundo... Meus sentimentos são apenas o que eu devo à ele."

Em meio as tristezas e a solidão oculta em sua alma, o sorriso doce do homem sempre contente se tornara o bálsamo de sua salvação. Jungkook sabia que a depressão o assolava, tornando sua existência cinzenta, mas a presença de Park Jimin aos poucos promovia cor à sua vida. Contudo, por mais disposto que estivesse em mergulhar na paixão que se apresentava em diferentes tons, talvez agora não só o amor fosse capaz de salvá-lo.

Porém, o preto e branco não parece mais tão atraente para Jeongguk. Agora ele tinha todas as cores de Park para se apaixonar.

Eu sempre fui o tipo de cara que detesta rotinas, são repetitivas, entediantes e me deixam frustrado.

Mas aquele garoto mudou aquilo. Algo que eu almejava não possuir desde novo tornou-se uma coisa que eu queria viver. Ele era a minha rotina favorita, a única que eu não odiava, muito pelo contrário, o ruivinho passou a ser alguém que eu queria ver todos os dias. Comecei a esperá-lo ansiosamente e, acreditem, demorei para perceber que minha felicidade repentina era por causa do vizinho. Bendito seja ele por ser tão fascinante.